Sociólogo Sérgio Abranches - Presidencialismo de coalizão em crise
“A governabilidade está em crise e não funciona”. Em entrevista a Marco Antonio Soalheiro, no Mundo Político, o sociólogo e escritor Sérgio Abranches faz um diagnóstico do presidencialismo de coalização (termo cunhado por ele) que tem como característica a formação da maioria, com diversos partidos no Congresso, para garantia da governabilidade do presidente da República. Segundo Abranches nenhum presidente eleito desde a redemocratização fez mais de 20% dos deputados na Câmara. Ele lembra que a partir de 2018, com Bolsonaro e hoje com Lula, a composição da base é formada pelo centrão, maioria de um “sistema partidário amorfo”, que tem grande controle do orçamento com as emendas impositivas, o que considera uma invasão de prerrogativa do Executivo. Com isso, diz o sociólogo, o Planalto perdeu as ferramentas de negociação com o Congresso, os parlamentares não precisam mais do governo para se elegerem e a governabilidade está em crise permanente.
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Sociólogo Daniel Hirata - Debate: A segurança pública no Brasil
O presidente Lula defendeu durante a reunião de cúpula do Brics, no Rio de Janeiro, que o combate ao crime organizado seja uma prioridade para o bloco. Em entrevista a Marco Antonio Soalheiro, no Mundo Político, o sociólogo e professor da Universidade Federal Fluminense, Daniel Hirata, comenta a fala de Lula e lembra que, no Brasil, há diversas facções que atuam nacionalmente e grupos como Primeiro Comando da Capital ( mais fortemente) e Comando Vermelho têm se internacionalizado. O sociólogo alerta que o crime organizado deve ser combatido com inteligência especializada e, afirma, que o Estado brasileiro tem um déficit nessa área. Hirata fala que a aprovação da PEC da segurança pública, apresentada pelo Ministério da Justiça, é um primeiro passo necessário. E o passo seguinte seria a operacionalização do Sistema Único de Segurança Pública. Mas, na opinião do professor, o jogo político eleitoral atrapalha o avanço da proposta, a maior parte dos governadores do Sudeste adota uma política exclusivamente repressiva e opta pelo “populismo penal”.
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Dep. Fed. Paulo Abi-Ackel - Os planos do PSDB para as eleições de 2026
O PSDB autorizou em convenção que a legenda faça uma possível incorporação do Podemos ou federação, com esse ou outros partidos de centro no espectro político. E entrevista a Marco Antonio Soalheiro, o presidente da sigla em Minas, deputado federal Paulo Abi-Ackel, diz que a polarização faz mal ao Brasil e que o PSDB quer reunir fatias do centro como MDB e Republicanos que têm, segundo o deputado, intenções semelhantes. Abi-Ackel argumenta que a redução de partidos ao centro pode facilitar a escolha de um nome nesse campo para a disputa da eleição presidencial. O presidente estadual do PSDB diz que Romeu Zema não é um nome que o partido apoiaria para a disputa presidencial e negou que a legenda esteja na base do governador.
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Jornalista Alícia Peres - histórias e desafios da infância no Brasil
Por que o abuso de crianças é tão comum no país? A pergunta é feita pela diretora da iniciativa “Cria Coragem” do Instituto Çarê, Alícia Peres, em entrevista a Marco Antonio Soalheiro, no Mundo Político. Alícia também dirige o podcast “Cria Histórias”, focado na infância brasileira. Ela conta como no início do século XX crianças trabalhadoras em fábricas de São Paulo se organizaram numa revolta contra o aumento da jornada de trabalho. Os operários eram filhos de imigrantes empobrecidos. Alícia diz que as crianças pretas não trabalhavam nas fábricas, mas em condições ainda piores. E que a percepção da sociedade sobre a infância só passou por uma grande mudança com o ECA, nos anos 1990. A diretora do podcast explica por que trabalho, infância e raça estão intimamente ligados no país até hoje.
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Secretário Marcelo Aro- Prioridades do governo Zema na Assembleia
O Parlamento fez a primeira reunião do Fiscaliza, que tem o objetivo de ouvir secretários sobre a gestão do Estado. Um deles foi Marcelo Aro, secretário de governo que faz a interlocução com a Assembleia. Em entrevista a Marco Antonio Soalheiro, no Mundo Político, Aro negou que não esteja atendendo os parlamentares e que não deixa nenhum requerimento de deputado sem resposta. Que o governo deu vazão às emendas impositivas pagando quase a totalidade de 2024 e 50% de 2025. O secretário disse que o Propag é um marco histórico para a dívida de 180 bilhões de reais até o final do ano. E que os ativos estão listados, mas não quer dizer que todos serão usados na amortização. Também, que a Codemig será precificada pela governo Federal, o que determinará se só a empresa bastará para a pagar os 20% iniciais previstos pelo programa. Marcelo Aro também comentou o apoio ao prefeito de BH Álvaro Damião do grupo de parlamentares da Câmara, que ele lidera, conhecido como Família Aro e a presença do grupo em diversos partidos. Disse que deseja concorrer ao Senado para, se eleito, afastar o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Programa de entrevistas sobre política da TV Assembleia de Minas Gerais. O jornalista Marco Antonio Soalheiro conversa com quem sabe tudo sobre o assunto em Minas, no Brasil e no mundo.